é grito no escuro lençol no vazio faca no ventre gata no cio inverno cantante onda de frio casa costurada trama enrolada sorriso indigente pequeno arrepio uma dor de dente lembrança de ontem a porta do carro batida sem jeito uma despedida um aperto no peito um medo gostoso de ser diferente a ideia de alguém assim, de repente
Seria a raiz ainda de um começo torpe Engulo de uma tomada seu rosto eslavo e ausente Óculos de armação larga, cheiro bem seu no sovaco Termino então um cigarro, o rosto vidrado no teto, a mente vazia assim mesmo em relato oceânico de mundos gerais. Larguei em você minhas luvas, sumi com a boca nas curvas. Batom na camisa, espero a pergunta. Sem pressa ou tardar, a mulher sonha quando o dia amanhece. Eu finjo, respiro e respondo. Não sei se é verdade, mas digo sem pranto, presto homenagem a todo encanto: “Sim, mulher. Te amo”.
Tanto querer que nunca foi Mas era meu ainda assim Na alegria do talvez A tarde lenta O tempo é maldito e passa Ainda vivo o corpo cansa E presa na hora a alma - imensa